Parabéns Inês
Dezoito. Farias dezoito anos...
No ano passado, foi isto que te escrevi. Este ano, já não tenho força...
Queria-te aqui...
"Hoje é um dia difícil.
Porque é vazio. Porque não gosto do local onde te darei os parabéns.
Faz hoje 17 anos nasceste-nos por cá. Se a memória não me escapa, pelas nove e tal da noite.
Podia dizer-te tanta coisa, mas não, isso não era nada de novo para ti. Tu lembras-te, agora, de tudo, desde a primeira hora, tenho a certeza. E sabes agora porque cá vieste e porque te foste embora, assim, tão inexplicavelmente, tão brutalmente. Nós ainda não...
Mas é essa certeza de que tu já sabes tudo que me vai permitindo levar a vida, um dia atrás do outro, que me permite ter esperança, olhar e ver os teus primos a crescer, a tua irmã a ficar uma mulherzinha, e ver a tua Mãe e o teu Pai, (duas pessoas maravilhosas), a enfrentar com coragem, a segurar pelos cornos, esta malvada besta chamada Saudade, e os avós, o Avô João e a Avó Mariana, sem bem saberem ainda o que foi que os arrasou e sempre de coração aberto e pronto a ajudar...
E, estupidamente, ou não, é ainda isso que me dá força para carregar os meus fantasmas às costas e para arremessá-los, com mais força, meu Anjo. Porque se houve alguma coisa que me ensinaste foi exactamente a lutar, sempre, nunca desistir, nunca baixar os braços. Nunca!
É a certeza de que nada disto é em vão, nada disto é por acaso, de que tudo tem uma explicação que me sustenta as cordas...
Ainda sinto a minha mão na tua cabecinha, já cansada, a fazer-lhe festas.
Ainda te oiço a voz firme (não, não me quero lembrar da tua vozinha cansada, dessa não), de timbre grave, a comandar-nos a todos...
Ainda te vejo a desenhar as tuas bonecas.
Ainda te vejo os olhos tão lindos e as tuas sobrancelhas, finas, que mais parecem ter sido desenhadas com um traço tão fino por uma mão divina...
Ainda te vejo nesse teu porte majestoso.
E até te vejo e sinto pequenina, quando ainda cabias nos meus braços...
Mas... o medo que tenho é até quando conseguirei eu ver-te e ouvir-te assim, tão claramente?
Porque de agora em diante, o que verei é uma lápide tão fria, meu Anjo...
Resta-me o mar. Aquele mar que de ora em diante se chama Inês...
Voa para sempre, alto e livre, meu Amor! "
13 de Maio de 2005
No ano passado, foi isto que te escrevi. Este ano, já não tenho força...
Queria-te aqui...
"Hoje é um dia difícil.
Porque é vazio. Porque não gosto do local onde te darei os parabéns.
Faz hoje 17 anos nasceste-nos por cá. Se a memória não me escapa, pelas nove e tal da noite.
Podia dizer-te tanta coisa, mas não, isso não era nada de novo para ti. Tu lembras-te, agora, de tudo, desde a primeira hora, tenho a certeza. E sabes agora porque cá vieste e porque te foste embora, assim, tão inexplicavelmente, tão brutalmente. Nós ainda não...
Mas é essa certeza de que tu já sabes tudo que me vai permitindo levar a vida, um dia atrás do outro, que me permite ter esperança, olhar e ver os teus primos a crescer, a tua irmã a ficar uma mulherzinha, e ver a tua Mãe e o teu Pai, (duas pessoas maravilhosas), a enfrentar com coragem, a segurar pelos cornos, esta malvada besta chamada Saudade, e os avós, o Avô João e a Avó Mariana, sem bem saberem ainda o que foi que os arrasou e sempre de coração aberto e pronto a ajudar...
E, estupidamente, ou não, é ainda isso que me dá força para carregar os meus fantasmas às costas e para arremessá-los, com mais força, meu Anjo. Porque se houve alguma coisa que me ensinaste foi exactamente a lutar, sempre, nunca desistir, nunca baixar os braços. Nunca!
É a certeza de que nada disto é em vão, nada disto é por acaso, de que tudo tem uma explicação que me sustenta as cordas...
Ainda sinto a minha mão na tua cabecinha, já cansada, a fazer-lhe festas.
Ainda te oiço a voz firme (não, não me quero lembrar da tua vozinha cansada, dessa não), de timbre grave, a comandar-nos a todos...
Ainda te vejo a desenhar as tuas bonecas.
Ainda te vejo os olhos tão lindos e as tuas sobrancelhas, finas, que mais parecem ter sido desenhadas com um traço tão fino por uma mão divina...
Ainda te vejo nesse teu porte majestoso.
E até te vejo e sinto pequenina, quando ainda cabias nos meus braços...
Mas... o medo que tenho é até quando conseguirei eu ver-te e ouvir-te assim, tão claramente?
Porque de agora em diante, o que verei é uma lápide tão fria, meu Anjo...
Resta-me o mar. Aquele mar que de ora em diante se chama Inês...
Voa para sempre, alto e livre, meu Amor! "
13 de Maio de 2005
Comentários
Porque conheço essa saudade.
Um beijo do tamanho do Mundo minha querida.
Ah...e outra coisa : Adoro-te miúda!
Um abraço apertado.
EP
Ai que aperto no meu coração, continua com essa força .....
Muitos bjs mimados
Carla
Continua com essa força.
Não tenho o teu talento para a escrita mas revejo-me completamente nas tuas palavras. A Marta disse-me um dia destes que o sítio onde a Inês está é de certeza melhor que este pq se não alguém como ela nunca teria idos para lá.É a isso que me agarro para acalmar a saudade e tb a ver os mais pequenos a crescer. Estar próximo do Luís, da Ana e da Joana tb me dá mta paz pq acho que a Inês gostava de nos ver todos juntos. Foi um privilégio ela ter-te como tia e um ainda maior ter-mos estado próximo dela. Fica mta coisa por dizer, mas tb fica a convicção de o nosso Anjo olha por nós. Um grande abraço para ti e para todos nós que a amamos mto.
Até logo..
Tia Lu (era assim que ela me chamava mtas vezes)
Já não consigo falar...
Carla e piscos
:')
Sandra
Lamento a tua dor, e a dos pais. Eu sei, não deve haver conforto neste mundo que chegue para ela. Apesar de, um dia, as imagens que guardarmo se tornarem menos nítidas, o sentimento de perda e de abandono continuará
Beijinho
Não sei o que dizer.....
Um abraço apertado para ti!
Beijinhos enormes e tudo de bom
Patríci, Kiko e Benedita
BIgada por td
!!!!
Jinhox para uma super tya e sobretd uma super friend!!!!!
Bolas, deixas-me assim sem jeiteira nenhuma, pá!
Olha, nunca mais te digo que só sabes ouvir a "Cova da Moura FM"
Beijoka!
Mas continua a sorrir João,por ela...por ti...pelos teus!
Uma bjoka mimada!