Amor a dobrar
Li um post no blog "Vida de Pais" acerca da questão de se ter um ou mais filhos. Ali, a autora dá a sua legítima opinião acerca do quão injusto é para um primeiro filho ver um “intruso” “roubar-lhe” a exclusividade do colo e das atenções.
Estou em completo desacordo. Como é que pode ser injusto ter mais um filho?!
Mas esta questão foi um assunto que me causou algumas noites de insónia, que passei a remoer, comigo mesma, pois quando o meu Tomás nasceu, parecia que o coração transbordava de felicidade e amor de uma forma tão imensa, que me parecia ser impossível sentir o mesmo por mais um filho. Enganava-me! Redondamente.
Foi uma gravidez normal, a do Tomás, de que tenho saudades. Tudo foi mágico – desde os enjoos às ecos, a compra do enxoval, a preparação do parto, a barriga, os pontapés, a música ainda na barriga. Tudo. Até o parto por cesariana porque perdi liquido amniótico e o batimento cardíaco do Tomás estava a diminuir a olhos vistos.
O Tomás nasceu prematuro, com um sopro cardíaco. As duas coisas juntas fizeram de mim uma mãe muitíssimo galinha. Com muito orgulho, devo dizer. Dizia-lhe que ele era o menino mais lindo do mundo. E ainda hoje lho digo, porque acho que ele é. Sem mais. Para mim, ele É o menino mais lindo do mundo. Hoje e sempre. Chamava-lhe o “passarinho da mãe”. E dizia-lhe que ele era especial.
Depois veio todo o maravilhoso mundo que é o desenvolvimento destes seres magníficos que são parte de nós. As primeiras gracinhas, as birrinhas, as primeiras palavras religiosamente escritos num diário (sim, ainda o fazia em papel...). Tudo inigualável sem dúvida.
Dois anos depois veio a notícia – estava grávida! Confesso que tive medo. Dois? Como fazer? Como é que nos íamos organizar’ E o dinheiro chegaria?
Depois veio a dúvida – como é que eu iria gerir o departamento dos afectos? Será que iria gostar deste “intruso”? E o meu passarinho?
Desejei que fosse um rapaz, para o Tomás ter um irmão, que fizesse pandilha com ele nas brincadeiras. Só que veio a ser uma Rita. Não foi uma notícia que tivéssemos acolhido com a alegria com que soubémos que íamos ter o Tomás. Mas "curti" a segunda gravidez (cada uma delas foi um estado que gostei de atravessar. Eu sou daquelas que achei super a barriga a crescer, os pontapés, o falar com eles, a intimidade daquela relação só a dois, enfim, tudo, tudo - até os partos - uma cesariana, para o Tomás, e um parto quase normal, para a Rita)
Quanto a esta falta de entusiasmo, culpei-me muito por isso e pedi desculpas à Rita a 1ª vez que a vi! Pedi-lhe desculpa e disse-lhe que era muto bem vinda. Porque a magia voltou a repetir-se. E porque é verdade.
Quando a vi, tão rosadinha, tão perfeitinha, apesar dos fórceps! Foi paixão à primeira vista. Se existe Deus, então fui abençoada com uma princesa, linda de morrer. E é a menina mais linda do mundo!
Não sinto que violentei o irmão mais velho com um intruso. Muito pelo contrário! Continuo a achar que eles são especiais! São as crianças mais lindas do mundo! Ele é especial só porque é o Tomás e ela só porque é a Rita! Simplesmente!
E o meu coração – apurei com satisfação – tem uma elasticidade ilimitada. Tenho cá amor para os dois, que chega e sobra, como se costuma dizer! Não consigo imaginar-me agora só com um filho! A atenção tem que ser repartida por dois, os mimos são a dividir por dois. As birras são a dobrar. A confusão é a dobrar (com a Rita é mais do que a dobrar!) Quando saio para as aulas na faculdade dói-me a dobrar porque tenhos que me separar deles todas as noites.
Mas tenho o coração quentinho! Tenho miminhos a dobrar! Tenho dois “baixinhos” que fazem disparates a dobrar e nos dão alegrias a dobrar.
Tenho sorte a dobrar!
Estou em completo desacordo. Como é que pode ser injusto ter mais um filho?!
Mas esta questão foi um assunto que me causou algumas noites de insónia, que passei a remoer, comigo mesma, pois quando o meu Tomás nasceu, parecia que o coração transbordava de felicidade e amor de uma forma tão imensa, que me parecia ser impossível sentir o mesmo por mais um filho. Enganava-me! Redondamente.
Foi uma gravidez normal, a do Tomás, de que tenho saudades. Tudo foi mágico – desde os enjoos às ecos, a compra do enxoval, a preparação do parto, a barriga, os pontapés, a música ainda na barriga. Tudo. Até o parto por cesariana porque perdi liquido amniótico e o batimento cardíaco do Tomás estava a diminuir a olhos vistos.
O Tomás nasceu prematuro, com um sopro cardíaco. As duas coisas juntas fizeram de mim uma mãe muitíssimo galinha. Com muito orgulho, devo dizer. Dizia-lhe que ele era o menino mais lindo do mundo. E ainda hoje lho digo, porque acho que ele é. Sem mais. Para mim, ele É o menino mais lindo do mundo. Hoje e sempre. Chamava-lhe o “passarinho da mãe”. E dizia-lhe que ele era especial.
Depois veio todo o maravilhoso mundo que é o desenvolvimento destes seres magníficos que são parte de nós. As primeiras gracinhas, as birrinhas, as primeiras palavras religiosamente escritos num diário (sim, ainda o fazia em papel...). Tudo inigualável sem dúvida.
Dois anos depois veio a notícia – estava grávida! Confesso que tive medo. Dois? Como fazer? Como é que nos íamos organizar’ E o dinheiro chegaria?
Depois veio a dúvida – como é que eu iria gerir o departamento dos afectos? Será que iria gostar deste “intruso”? E o meu passarinho?
Desejei que fosse um rapaz, para o Tomás ter um irmão, que fizesse pandilha com ele nas brincadeiras. Só que veio a ser uma Rita. Não foi uma notícia que tivéssemos acolhido com a alegria com que soubémos que íamos ter o Tomás. Mas "curti" a segunda gravidez (cada uma delas foi um estado que gostei de atravessar. Eu sou daquelas que achei super a barriga a crescer, os pontapés, o falar com eles, a intimidade daquela relação só a dois, enfim, tudo, tudo - até os partos - uma cesariana, para o Tomás, e um parto quase normal, para a Rita)
Quanto a esta falta de entusiasmo, culpei-me muito por isso e pedi desculpas à Rita a 1ª vez que a vi! Pedi-lhe desculpa e disse-lhe que era muto bem vinda. Porque a magia voltou a repetir-se. E porque é verdade.
Quando a vi, tão rosadinha, tão perfeitinha, apesar dos fórceps! Foi paixão à primeira vista. Se existe Deus, então fui abençoada com uma princesa, linda de morrer. E é a menina mais linda do mundo!
Não sinto que violentei o irmão mais velho com um intruso. Muito pelo contrário! Continuo a achar que eles são especiais! São as crianças mais lindas do mundo! Ele é especial só porque é o Tomás e ela só porque é a Rita! Simplesmente!
E o meu coração – apurei com satisfação – tem uma elasticidade ilimitada. Tenho cá amor para os dois, que chega e sobra, como se costuma dizer! Não consigo imaginar-me agora só com um filho! A atenção tem que ser repartida por dois, os mimos são a dividir por dois. As birras são a dobrar. A confusão é a dobrar (com a Rita é mais do que a dobrar!) Quando saio para as aulas na faculdade dói-me a dobrar porque tenhos que me separar deles todas as noites.
Mas tenho o coração quentinho! Tenho miminhos a dobrar! Tenho dois “baixinhos” que fazem disparates a dobrar e nos dão alegrias a dobrar.
Tenho sorte a dobrar!
Comentários
Adorei este post, com o qual me identifiquei bastante. Tenho o Pedro com 5 anos (6 em Junho) e a Inês com 3 acabados de fazer.
E também adorei estar grávida e tb tive imensas dúvidas quanto a conseguir amar o 2º da mesma forma. E também desejei que fosse rapaz, precisamente para acompanhar o irmão... e veio a Inês, o meu amor perfeito, para acompanhar o menino mais lindo da mãe.
Também descobri que a nossa capacidade de amar pode ser imensa!!!
E como tu, também não me arrenpendo nada! Até gostava de ter partido para a aventura n.º 3, mas o pai não está nada convencido...
Desculpa o testamento...
Um beijinho muito grande para esse reino da confusão (não são todos?! :)),
Carla e piscos
http:/piscosdegente.blogspot.com
AO LER O TEU POST, REVI TUDO O QUE SENTI, NA 1 GRAVIDEZ TUDO ERA MÁGICO, NA 2....QUERIA QUE ACABASE LOGO, ESTAVA FARTA DE ESTAR GRAVIDA, TUDO ERA MOTIVO PARA TRISTEZA, E ABORREÇIMENTO.
PERGUNTAVA-ME PORQUE ME SENTIA ASSIM....EU QUERIA TANTO UM 2 FILHO.
TINHA REÇEIO QUE FOSSE OUTRA MENINA, TINHA MEDO DE "SUBESTITUIR" A MINHA 1 FILHA.
APÓS O NASÇIMENTO DA 2 FILHA :-),QD RECORDO AS MINHAS GRAVIDEZES, SINTO QUE FORAM AS DUAS ESPEÇIAIS...CADA UMA Á SUA MANEIRA.
EM RELAÇÃO ÁS MINHAS MENINAS...CLARO QUE O AMOR É IGUAL, SENTIDO DE MANEIRA DIFERENTE.
JINHOS
ISABEL
... e sempre ouvi dizer que, quem determina o sexo da criança, é o Pai. Se é verdade ou não ...
que lindo o teu post....
já falámos sobre isto mas aqui vai o meu comentário.
Quando fiquei grávida da 2ª vez achei que não ía conseguir amar o meu 2º filho tanto como amava a minha 1ª filha. era doida por ela.
Quando ele nasceu vi que estava errada e que realmente essa elasticidade que tu falas tem tanto de verdade....
da 3ª vez já só pensava que ía ter mais um filho para amar.
Amamos os filhos cada um da sua maneira mas todos com grande intensidade.
beijinho
Falo só por mim - sempre ouvi dizer que as meninas estão para os pais e os meninos para as mães. Por acaso, o meu filho pende muito para mim. Está inclusivamente a passar naquela fase em que diz que sou dele, defende-me em tudo, toma sempre partido por mim. A Rita ainda é pequenita e, sinceramente, não noto ainda uma queda para o Pai, mas só porque ela é muito bebezolas. Mas estou à espera que isso aconteça. Com toda a naturalidade.
Quanto ao seu post scriptum, sempre ouvi dizer que sim, são os pais que definem o sexo do bebé...
Aí vai o meu email:
maria_joao_caeiro@yahoo.com.br
Beijinhos. Vou já dar uma vista de olhos no teu blog!
O coração de mãe é mais elástico que a pastilha mais mastigada.
O tempo que mais "curti" foi o das gravidezes, tão diferentes entre si, e nunca sabendo o sexo dos bébes, já teimosas desde essa altura, acho que comecei a gostar delas apartir do momento em que soube que estava grávida.
Também o Luis, que como todos os homens, preferia pelo menos um menino, nunca tratou as suas "melguinhas" de maneira preferencial, pelo contrário sempre foi e é um pai com um P muito grande, que tem a mania que é mandão mas tem um coração de manteiga em dia de verão.
Neste momento sinto um vazio muito grande deixado pela minha princesa, e quando me dizem "ainda tens a Joana", eu digo, "uma não substitui outra, mas sim uma completava a outra".
Os filhotes só têm um problema, crescem mais depressa do que nós podemos "curtilos".
jinhos
(hoje também me deu para fazer um testamento)